Segunda-feira, 25 de Agosto de 2008

 

zoom

No que diz respeito a decoração de interiores, o bom gosto e a qualidade são elementos base. Aliado a este raciocínio surge o novo trabalho da Latitudes, o site da MRôlo. A nossa criatividade já está no ar e sob o conceito “O seu espaço, já tem um toque de classe?”, desenvolvemos um ambiente moderno que disponibiliza ao utilizador tudo o que precisa saber sobre a empresa, bem como o acesso a um catálogo on-line, que vem comprovar a versatilidade do site. Experimente.



publicado por blatitudes às 18:00 | link do post | comentar

Quinta-feira, 14 de Agosto de 2008
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências,
Costume, hábito, premência, Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda. É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas, todos os logótipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser, eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo.
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio. Ora vulgar ora bizarro
Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação. Não sou – vê-lá – anúncio contratado.
Eu, é que mimosamente pago. Para anunciar, para vender
Em bares, festas, praias, piscinas.
E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste.
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora, meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar, Cada vinco da roupa.
Sou gravado de forma universal, seio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

 

Carlos Drumond de Andrade



publicado por blatitudes às 12:51 | link do post | comentar

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