Segundo o Design Council podemos encarar o design, no contexto da inovação, de três formas: como uma consequência tangível concretizada num produto (seja uma cadeira ou um automóvel), como actividade criativa ou ainda como um processo através do qual a informação é transformada num resultado palpável.
Mas por que razão devemos abordar o design sob o ponto de vista da inovação? Em primeiro lugar convém definir a palavra inovação. Uma definição consensual considera-a “a exploração de ideias bem sucedida a nível comercial.” Assim sendo, uma inovação de sucesso será sempre aquela que, acima de tudo, acrescentar valor a um produto ou serviço, pré-existente ou que crie algo de inteiramente novo. Em qualquer caso, a inovação requer sempre três requisitos: desafio do status-quo, ter conhecimento acerca das necessidades do consumidor e o desenvolvimento de soluções novas e criativas.
Comparando os requisitos básicos da inovação com aquelas que devem caracterizar um bom designer não é difícil estabelecer um paralelo, uma vez que estes últimos são normalmente tolerantes para com a ambiguidade, pensadores divergentes e gostam de assumir riscos.Isto não significa que a inovação deva ser deixada exclusivamente aos designers, mas indica claramente que os mesmos têm uma contribuição importante a dar a todo o processo da inovação. Segundo o Livro Branco para a Competitividade do governo Britânico (1995): “ o uso efectivo do design é fundamental para a criação de produtos, processos e serviços inovadores. Um bom design pode acrescentar valor significativo aos produtos, levando a um aumento das vendas, permitindo, ao mesmo tempo, a exploração de novos mercados e a consolidação daqueles já existentes.”
A inovação deve então ser vista mais como uma atitude, um estado de espírito, do que como um produto tangível ou uma nova tecnologia. Um estado de espírito empreendedor irá tentar melhorar e mudar o estado de coisas actual de forma a criar valor (seja um processo, um produto ou um modelo de negocio). Numa organização empreendedora como a Latitudes, a inovação não é pertença de um departamento ou de um pequeno grupo de pessoas, mas uma responsabilidade de todos, sendo aí o design um conceito determinante na cultura da própria empresa.