O que acontece quando uma embalagem “faz dieta”? A Pepsi tem-se visto a braços com uma intensa polémica desde que, recentemente, apresentou a nova lata de Pepsi Diet, na Semana da Moda de Nova Iorque. A “Skinny Can” (“lata magérrima”, se traduzirmos o nome para o português) é uma versão mais alta e fina da anterior lata, e foi concebida, segundo a própria Pepsi, como uma “celebração das mulheres bonitas e confiantes”. Uma analogia arriscada e que colocou a Pepsi no centro das atenções do público e de várias associações, entre elas a Associação Nacional de Distúrbios Alimentares americana, que já veio condenar a empresa pela nova embalagem e pelos seus comentários, ambos “irrefletidos e irresponsáveis. A Pepsi devia ter vergonha de declarar que a magreza deve ser celebrada”. Vários blogues também se apressaram a criticar a companhia americana por definir esta nova embalagem como “magra” e “atraente”.
A Pepsi, porém, afirma que a polémica já era esperada e desdramatiza a situação: “É a nova forma de um produto. Não estamos a falar da forma de uma mulher. Somos sensíveis a esta interpretação e essa não era, de todo, a nossa intenção. Pretendemos, sim, sublinhar o look inovador da Diet Pepsi e dar aos nossos fãs uma perspetiva dos eventos que celebram a inovação e o estilo”.
Entretanto, em entrevista ao Advertising Age, Eric Gustavsen, fundador da firma de criativos Graj & Gustavsen, sem qualquer ligação ao projeto, afirmou acreditar que esta polémica irá passar muito em breve: “É mais uma ideia divertida que a depreciação de um grupo. Esta ideia em particular é suficientemente simples e compreensível para apelar às massas. É «cool» e diferente. Não significa que vá redefinir a forma de uma lata de refrigerante, mas não há nada errado em afastar-se do normal e experimentar”.
*Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico