Dizer adeus à gravata e poupar no ar condicionado: a ideia não é inédita, mas, desde que entrou em vigor no Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, tem gerado alguma atenção dos media.
A iniciativa “Ar Cool”, proposta pela ministra Assunção Cristas, prevê não só reduzir a fatura elétrica no final do mês como contribuir, também, para a minimização do impacto ambiental associado a este consumo. Ganha o bolso e o ambiente, portanto, graças a uma decisão simples e que se deverá manter em vigor, todos os anos, entre 1 de Junho e 30 de Setembro, permitindo aos funcionários deste ministério que, exceto em situações exigidas pelo protocolo, deixem as gravatas em casa.
Mas porque é, afinal, que falamos disto num blog cuja área de interesse assenta sobretudo na comunicação, marketing, publicidade, internet e design?
É que a decisão tomada pela ministra é um exemplo de uma área que, cada vez mais, vai assumindo um papel fundamental um pouco por todo o mundo: o chamado “marketing verde”.
Surgido nos idos anos 70, o termo foi definido, posteriormente, por Philip Kotler como sendo “um movimento das empresas para criarem e colocarem no mercado produtos ambientalmente responsáveis em relação ao meio ambiente”. Também Michael J. Polonsky, guru do marketing verde, se dedicou a explicá-lo: “O marketing verde ou ambiental consiste em todas as atividades desenvolvidas para gerar e facilitar quaisquer trocas com a intenção de satisfazer ou os desejos e necessidades dos consumidores, desde que a satisfação de tais desejos e necessidades ocorra com o mínimo de impacto negativo sobre o meio ambiente.”
Definições à parte, o facto é que, tanto em institutos públicos como em privados, a palavra “ecológico” tem cada vez mais peso, sendo uma área onde ainda há muito – e muito, aqui, tem o sentido que “quase tudo” – para fazer. Assumir comportamentos ecológicos, como no caso do Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, é um dos passos que devem ser seguidos.
Defender uma imagem “ecológica” é, para além de benéfico para o ambiente, uma estratégia cada vez mais importante. Na verdade, em 2009, um estudo da Green Seal e da EnviroMedia Social Marketing, nos EUA, concluiu que, apesar da crise, quatro em cada cinco pessoas afirmavam continuar a comprar produtos verdes, embora, por vezes, o seu preço fosse mais elevado. Em 2010, o Barómetro Europeu identificou, também, esta tendência em Portugal, colocando-nos mesmo acima da média europeia em alguns aspetos como, por exemplo, no consumo de papel reciclado (Portugal registou uma média de 75% contra os 63% europeus).
Tendências conscientes que nenhuma empresa deve ignorar.
Fontes: Bio Agrus
*este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico