Há guerra no ar e, desta vez, o assunto nem passa pela discriminação. Os envolvidos são tão-somente a TAP e a Ryanair e aquilo que começou como uma simples provocação já resvalou, entretanto, para insultos e acusações mútuas.
De um lado do ringue, a Ryanair enviou à TAP, esta semana, um manual de “Gestão de Companhias Aéreas para Totós”. E porquê? Segundo a Ryanair, desde 2009, altura em que criou a sua base em Portugal, a companhia aérea tem contribuído para o aumento do tráfego, do turismo e do emprego no país, ao contrário da TAP: a Ryanair alega que, contra o seu aumento de tráfego em 154%, a TAP apenas registou um amento de 4%. “Infelizmente a TAP continua a queixar-se das tarifas baixas e operações mais eficientes da Ryanair e claramente não está interessada em fazer crescer o número de empregos e o turismo português”.
Auch!
Mas, do outro lado do ringue, a companhia portuguesa não suporta as críticas calada, acusando a low-cost de ser “provocadora, mal-educada e mentirosa”, para além de “subsídio-dependente” o que, segundo a TAP, torna “natural que possa fazer preços mais baixos”. “Pede dinheiro às regiões de turismo e aos aeroportos mas quando se lhe acabarem os subsídios acabam-se os preços baixos. Este é um modelo que está a atingir o limite”, explicou a TAP ao Económico.
No ar (passe a ironia), a portuguesa deixou ainda a seguinte reflexão: “é estranho que a EU feche os olhos a estas ajudas das regiões de turismo e mesmo aeroportos porque é um modelo que distorce a concorrência”.
Já em Junho, aquando da greve dos tripulantes da TAP, a Ryanair tinha enviado uma dezena de rosas para o Sindicato Nacional de Pessoal de Voo da Aviação Civil, agradecendo os clientes extra e apelidando a TAP de "dinossauros" e definindo o seu sindicato como "tristemente equivocado e iludido".
Próximo round?
Fontes: Económico