Até que ponto estamos a deixar a atividade virtual que levamos a cabo no Facebook infiltrar-se nas nossas vidas? Não é novidade nenhuma que a rede social tem vindo a interferir, por exemplo, na produtividade dos trabalhadores. Ou que muitos casamentos têm nascido – e morrido – entre posts e comments. E quem não se lembra de Benito Apolinar, o homem que, alegadamente, terá esmurrado a mulher por esta não ter feito um “like” à sua atualização de estado?
Ashley Payne, uma professora do condado de Barrow, nos EUA, é uma das testemunhas do efeito poderoso que um simples post ou foto, colocados no Facebook, podem ter na vida real. Em Agosto de 2009, Payne demitiu-se do seu trabalho, no liceu de Apalache, depois de um pai lhe ter enviado um email queixando-se das fotografias que a professora exibia no seu perfil, segurando bebidas alcoólicas durante uma viagem à Europa. O problema é que Payne diz que foi forçada a demitir-se, pela escola, enquanto a direção afirma que foi a própria Payne quem se demitiu, voluntariamente. Payne apresentou uma queixa, entretanto, reclamando uma compensação monetária – mas, há poucos dias, o tribunal decidiu a favor da escola.
Mais preocupante ainda é a história de um homem no Egito que, depois de utilizar o seu perfil para criticar o Islão, o profeta Maomé e os seus crentes, foi recentemente condenado a três anos de prisão com trabalhos forçados. Ayman Yousef Mansour é o segundo egípco condenado por expressar as suas opiniões pessoais online desde a queda de Mubarak. Antes dele, já Maikel Nabil tinha sido condenado por publicar insultos contra os militares do seu país num blog pessoal.
Fonte: Expresso