Na era das redes sociais, é comum ver uma marca medir o seu sucesso online através do número de “gostos” ou seguidores da sua página. Mas se ter centenas de milhares de seguidores é uma bênção para o ego, publicidade e imagem de uma marca, ter centenas de milhares de seguidores que, pura e simplesmente, não se relacionam com a marca de qualquer forma é, numa palavra, inútil.
Conseguir 5 mil seguidores numa semana não é, apesar do que possa parecer, uma tarefa do outro mundo. Difícil, sim, é conseguir o tão desejado “engagement”, o envolvimento da comunidade e o desenvolvimento de laços reais e com significado entre a marca e a sua audiência.
Em dezembro do ano passado, um blogger francês, Cyroul, pôs a descoberto o método utilizado pela agência de publicidade Fred & Farid para angariar fãs. Em 5 dias, a agência conseguiu reunir 5 mil seguidores no Twitter. Espantoso? Sim, sem dúvida – mas de uma forma diferente da esperada.
O que a agência fez foi seguir robôs que, em troca, passaram a seguir também a sua página. Ficção científica? Nada disso: hoje em dia, os chamados “twitter bots” são bem conhecidos e uma forma muito popular de angariar seguidores – mesmo que não sejam reais. Cyroul notou que grande parte dos seguidores da conta da agência eram japoneses e chineses e que o rácio entre o número de contas que seguiam e que os seguiam de volta era de cerca de 1 – uma forma simples de descobrir os twitter bots.
“Um dia, a nossa “influência” será medida pela diferença entre os seguidores e fãs reais e as contas artificiais e bots. Então, as marcas chorarão à medida que as suas páginas deixam de ter valor; as agências de publicidade chorarão quando perceberem que o Twitter já não vale nada”, concluiu o blogger.
A adição em massa, a vontade de conseguir o máximo de seguidores possível, no Twitter, é um tema muito atual à medida que cada vez mais gente se junta às comunidades digitais. E os serviços de adição em massa via scripts estão em grande forma: basta espreitar o Twitter Central, uma plataforma brasileira que oferece este tipo de soluções.
Neste caso, o script automatiza o processo de adicionar pessoas em massa, baseado na ideia de que, uma vez seguidos por alguém, os utilizadores passarão, também, a seguir essa conta: “se você adicionar 500 pessoas, pode ter certeza que pelo menos 100 delas irão passar a te seguir”.
E o Twitter, no meio disto tudo? Atualmente, a rede permite adicionar ate 1000 pessoas por dia. Acima desse limite, as contas podem ser suspensas. E se muitos se entregaram a estas ferramentas, outros garantem que o risco de ter uma conta bloqueada não compensa os benefícios de conseguir uma lista de seguidores que, basicamente, os seguem de volta quase automaticamente, não criando verdadeiro envolvimento e valor para a marca.
No fim, cabe a cada um decidir a melhor forma de aumentar a popularidade da sua página. Mas uma coisa é certa: no Twitter, o tamanho até pode parecer o mais importante mas comunicar para milhares de utilizadores indiferentes ou não comunicar é, basicamente, a mesma coisa.
Fontes: Monday Note